quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Narrativa da Vida/Literatura/Cinema



"O mundo está destroçado e não há como remontar seus estilhaços. Os personagens padecem de total desorientação, sendo incapazes de organizar-se a si próprios e, muito menos, ordenar o universo à sua volta. Desesperados, buscam uma verdade, sem saber se há possibilidades de encontrá-la. Ou nem mesmo a buscam, limitando-se a sofrer ou a protagonizar a desordem, a violência física e moral e a desintegração das formas de convivência social. (...) À desintegração ética corresponde a desintegração técnica, com a estrutura narrativa revelando-se desordenada, fragmentada e geralmente sem um foco narrativo, ou ponto de vista único ou claramente definitivo " (José H. Dacanal)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Drummond, sua poesia da vida e o cinema para mim.


"Para Drummond, a realidade tem várias faces. Faces descontínuas, irregulares, opositivas. Tentar captar a essência humana é registrar ambivalências, ângulos contraditórios. Em sua poesia não há palavras definitivas ou visões finais. O fluxo desordenado da vida não permite certezas." (Sergius Gonzaga)


foto: "Grand Prix de Circuit de la Seine" do fotógrafo francês Jacques-Henri Lartigue - anamorfes cronotópicas - diferentes pontos de vista na mesma imagem geram distorção na percepção do espaço através do tempo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Impressão de Realidade

"(...) O espectador, na verdade, não "assiste" ao filme: ele o vive com uma vivência próxima do sonho e numa tal intensidade que não raro ele próprio se surpreende gritando, "torcendo" ou transpirando de tensão. A essa vivência particular de um espectador "em situação regressiva, infantilizado, como se estivesse sob o efeito de uma neurose artificial" (Motin 1980, p. 90) se convencionou chamar de impressão de realidade. O termo, cunhado pelos teóricos do Instituto de Filmologia de Paris que, a partir de 1947, dedicaram-se ao estudo da subjetividade do espectador na sala de projeção, refere-se a confusão entre percepção e representação que, segundo Freud, caracteriza justamente o trabalho do sonho, uma vez suspensa a prova de realidade. (Arlindo Machado - Pré-cinemas & pós-cinemas)