quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Hitler IIIº Mundo


Pra quem curte cinema marginal na veia, ou apenas é um puta curioso, esse é O filme para se ver agora!
Confesso que estou muito cansado de ver sempre as mesmas imagens, meus olhos pedem por coisas novas, novas texturas, novos fatos, absurdos, improváveis, irracionais, não aguento mais essa "lógica interna da narrativa"

NÃO AGUENTO!

Deve ser por isso que curto tanto o cinema marginal, pois ele tem o dever nenhum com ninguém, não precisa prestar contas, render milhões na bilheteria ou agradar à executivos, está fora do capitalismo e por isso é livre. Esse filme é uma bela de uma cagada raivosa e necessária, uma explosão, ao avesso, causada pelo excesso de lógica. Uma obra, que como "Sem essa, Aranha" do Sganzerla, se seu próprio autor não a tivesse produzido elas existiram de alguma outra forma. Não me pergunte como!

Descobri esse "Hitler IIIº Mundo" no blog do Daiverson Machado (http://eztetyka.blogspot.com/) que conheci através da comunidade "Cinema Brasileiro Download". O Blog dele é bem legal pra quem já tá de saco cheio dessas imagens lógicas e banais. Um blog cheio de dicas de ótimos diretores e filmes do mundo inteiro, que vou fazendo downloads na medida do possível!

tão ai os links para baixa-lo:

Aproveitem meus queridos! Aproveitem!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Lições de "mise en scène" com Tarkovski!



"Pode-se representar uma cena com precisão documentária, vestir os atores de forma naturalisticamente exata, trabalhar todos os detalhes de modo a conferir-lhes uma grande semelhança com a vida real e, mesmo assim, realizar um filme que em nada lembre a realidade e que transmita a impressão de um profundo artificialismo, isto é, de não fidelidade com a vida, ainda que o artificialismo tenha sido exatamente o que o autor tentou evitar."

(...)

"Na vida real, podemos nos deixar impressionar pela maneira como um episódio assume um aspecto de uma "mise en scène" de máxima expressividade. Ao nos depararmos com ela, talvez exclamemos com prazer : "Mesmo que você tentasse, não conseguiria um resultado assim!" O que é isso que achamos tão extraordinário? A incongruência entre a "composição" e o que está acontecendo. Na verdade, o que nos encanta a imaginação é o absurdo da "mise en scène"; este absurdo, porém, é apenas aparente e oculta algo de grande significado que confere à "mise en scène" a qualidade de absoluta convicção que nos leva a acreditar no acontecimento.

A questão fundamental é que não convém evitar as dificuldades e reduzir tudo a um nível simplista; é extremamente importante, então, que a "mise en scène", em vez de ilustrar alguma idéia, exprima a vida - o caráter dos personagens e seu estado psicológico. Seu objetivo não deve reduzir-se a uma elaboração do significado de um diálogo ou de uma seqüência de cenas. Sua função é surpreender-nos pela autenticidade das ações e pela beleza e profundidade das imagens artísticas - e não através da ilustração por demais óbvia do seu significado. Como é tão comum acontecer, enfatizar excessivamente as idéias só pode restringir a imaginação do espectador, criando um espécie de limite máximo às idéias, para além do qual abre-se um grande vácuo. Não se trata de algo que defenda as fronteiras do pensamento, mas de algo que simplesmente limita as possibilidades de penetrar em suas profundezas."



Extraido do livro "Esculpir do tempo"



quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tarkovski tinha senso de humor!





Nas primeiras páginas do livro "Esculpir o Tempo", escrito por Tarkovski, o cara transcreve cartas que recebeu de pessoas que assistiram ao seus filmes.

Um engenheiro de Leningrado disse assim: "Vi seu filme, 'O Espelho'. Assisti até o fim, apesar da grande dor de cabeça que me foi provocada na primeira meia hora pelas tentativas de tentar analisá-lo, ou de ao menos compreender alguma coisa do que se passava, alguma relação entre os personagens, os acontecimentos e as recordações...Nós, pobres espectadores, vemos filmes que são bons, maus, muito maus, banais ou extremamente originais. Porém, no caso de qualquer um desses filmes, podemos sempre entender, ficar entusiasmados ou entediados, conforme o caso, mas... o que dizer do seu filme?!..."

Um outro engenheiro ficou terrivelmente indignado: "Faz meia hora que saí do cinema, onde assisti ao seu filme, 'O Espelho'. Pois muito bem, camarada diretor!! Também o viu? A impressão que tenho é de que há algo de doentio neste filme... Desejo-lhe todo o sucesso em sua carreira, mas asseguro-lhe que não precisamos de filmes assim."

Talvez o problema seja com os engenheiros mesmo, aqui tem mais uma: "Que vulgaridade, que porcaria! Bah, que revoltante! De qualquer forma, creio que seu filme não irá mesmo fazer muito sucesso. Com toda a certeza, não conseguiu atingir o público, e, afinal, é isso o que importa... .(...) É de admirar que as pessoas responsáveis pela distribuição de filmes na União Soviética deixem passar tais dispares."

Tarkovsi diz que esse tipo de correspondência costumava desesperá-lo: "afinal, para quem eu estou trabalhando, e por quê?". O que o reconfortava eram cartas de outro tipo de espectador, mais abertos às novidades: "Certamente não sou o primeiro, nem serei o último, a escrever-lhe completamente desnorteado, pedindo ajuda para entender 'O Espelho'. Em si, os episódio são muito bons, mas como ligá-los entre si?" "O filme é tão diferente de tudo o que já vi, que não estou preparada para entendê-lo, tanto no que diz respeito à forma quanto ao conteúdo. Você poderia explicá-lo?"

Até hoje nunca vi um filme do Tarkovski, mas esse é um fato que logo irá mudar, porque depois que li estas cartas em seu livro virei fã do cara! Fiquei admirado com esse desprendimento quase doentio, esse poder de rir da própria desgraça, num momento tão sensível que era durante a produção do livro, que lhe custou tanto. Não é qualquer artista que é capaz de expor seus traumas profissionais dessa forma.

Nome Próprio


Ano passado, quando estive visitando sozinho Porto Alegre, haviam quatro filmes nacionais em cartaz. Na época dois me interessavam realmente: "Linha de Passe" de Walter Salles e "Nome Próprio" de Murilo Salles. Infelizmente não tinha tempo para assistir os dois!

Como "Linha de Passe" tinha ganho uma Palma de Ouro pelo trabalho da atriz Sandra Corveloni acabei indo ver esse filme apenas por este fato.

Hoje percebo o erro que cometi, deveria ter escolhido "Nome Próprio", vi esse filme semana passado. Com certeza foi uma grande surpresa, é um dos melhores filmes contemporâneos que vi esse ano!

O filme é baseado nos livros "Máquina de Pinball" e "Vida de Gato, escritos por Clara Averbuck, que por sua vez são baseados nas experiências que a autora teve com seu blog. Ele retrata toda uma (no caso, a minha) geração, personificada por Camila (Leandra Leal), de 20 e poucos anos, "fudida", morando fora de casa, praticamente marginal, inteligente, blogueira, "promíscua", "esquisita", apaixonada por arte (no caso da personagem são as palavras que a movimentam).



Fiz uma busca para comprar o dvd, só encontrei em uma loja por R$70,00 !!!!!

dá-lhe torrent!

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Cinema Pós-Moderno Brasileiro




Muito se fala do cinema moderno brasileiro, o Cinema Novo e o Cinema Marginal, mas há outro estilo cinematográfico tão interessante quanto esses, porém sem o devido reconhecimento, é o Cinema Pós-Moderno.

Mesmo no cinema internacional este é um estilo pouco utilizado, em comparação com o cinema moderno. Filmes como "O Fundo do Coração" (Coppola), "Blade Runner"(Scott), "Brazil- o filme" (Gillian), "A Mulher do Tenente Francês" (Reisz), "Veludo Azul" (Lynch) dentre outros poucos títulos se encaixam dentro deste estilo. Talvez porque na década de oitenta a expressão "pós-moderno" servia mais para denegrir do que para classificar é que houve um enfraquecimento das atividades e estudos relacionados a ele. Chamar um filme, ou peça artística, de pós-moderno era na verdade o estar ofendendo

Descobri esse estilo artístico no cinema através do livro "Cinema Brasileiro Pós-Moderno - O Neon Realismo" de Renato Luiz Pucci Jr (entrevista) que acabei de ler e transcrevo aqui um trecho que explicita as características do cinema pós-moderno. O livro analisa o pós-moderno dentro da "Trilogia Paulista da Noite" formada por: "Cidade Oculta" de Francisco Botelho, "Anjos da Noite" de Wilson Barros e "A Dama do Cine Shangai" de Guilherme de Almeida Prado.

1) Oscilação entre narração clássica e recursos de linha modernista. Os filmes analisados são híbridos de ilusionismo clássico e distanciamento modernista.

2) Preeminência da paródia lúdica. O recurso mais utilizado para a obtenção de distanciamento é a paródia, com um aspecto lúdico que se traduz por um jogo não destrutivo com o hipotexto (a obra parodiada). Deixa-se de lado, portanto, a busca obsessiva da originalidade, própria do modernismo.

3) Caráter estetizante que não se esgota na procura do belo. A estetização opera não no sentido de criar a beleza e seduzir, embora esses efeitos estejam presentes. Como no Camp (estilo artístico kitsh), goza-se o fascínio do falso (fake), sabendo-o falso, o que constitui outra forma de distanciamento em relação à diegese.

4) Impureza em relação a outras artes e mídias. Em troca de esforço pelo "específico fílmico", ou ao menos pela sua aparência, o hibridismo transtextual transforma-se num valor positivo.

5) Relação conciliável e, ao mesmo tempo, não íntegra em relação à cultura midiática. Relações com o cinema de entretenimento, videoclipes e propaganda não constituem integração ao status quo. o ar respeitoso para com produtos da indústria do entretenimento e da publicidade não esconde que se empreende também sua contestação: os filmes se revelam enquanto discursos mesmo ao incorporar componentes do musicais americanos, do noir e de peças publicitárias, pois a combinação com recursos distanciadores produz, em maior ou menor grau, a quebra do ilusionismo. A paródia lúdica possui esse aspecto duplo e antitético: ela é definida como diferença irônica no âmago de semelhança e trangressão sancionada da convenção (Hutcheon, 1991, p.12). É sancionada porque não entra en choque destrutivo com os seus objetos, em geral produtos da cultura midiática, mas é trangressiva porque utiliza de forma descontestualizada.

6) Não-exclusão a priori do especator sem repertório sofisticado. Ao contrário do que ocorre com as variantes do cinema moderno, não existe exclusão prévia do grande público, pois sempre há elementos clássicos suficientes para que o espectador tenha a possibilidade de acompanhar as narrativas mesmo que não perceba ironia, paródia lúdica, distanciamento e anti-ilusionismo. por outro lado, basta que se "vejam as aspas", isto é, as marcas da ironia, para que os filmes adquiram outra configuração e, por consequência, outras possibilidades de entendimento.

7) Persistência da representação, com predomínio hipertextual. Não há o apocalíptico baudrillardiano, porque se permanece no domínio da representação. em vez de ocasionar a perda de referênciais, como supõem críticos mais acerbos, as representações de representações (devidas à hipertextualidade) podem produzir a compreensão do processo de construção narrativa ou de diferentes conotações do discurso que se enuncia. Também nesse aspecto há combinação entre representação clássica e denúncia da representação.




Imagino que você tenha ficado curioso para conhecer esses filmes. Então saiba que, por enquanto, na rede, só há "Cidade Oculta":

ed2k://|file|Cidade.Oculta.1986.VHSRip.XViD(emule.via.clan-sudamerica.net).avi|1468366848|3B3116F3FC59AFCEE6A3DA06AE5CC15F|/

Logo os outros dois também estarão disponíveis. E "Anjos da Noite" existe em dvd para comprar, achei por R$26,01 + frete no WallMart . Garanto que é uma ótima compra!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Anamorfes Cronotópicas

Mais uma postagem sobre Anamorfes Cronotópicas, que nada mais é do que uma distorção registrada em tempo real (e não pós-produzida) causada pela impressão do tempo em diferentes momentos.
Não vejo nenhuma utilidade prática para isso, mas o resultado é legal.
Veja ai:


Chronotopic Anamorphosis from Marginalia Project on Vimeo.

Vídeo criado pela equipe Marginalia baseado nos estudos de Zbigniew Rybczynski no livro "The Fourth Dimension" , e analisados por Arlindo Machado no livro "Pré-Cinemas e Pós-Cinemas". Hoje esta equipe está viajando o mundo apresentando seu trabalho audiovisual em museus de arte contemporânea.

sábado, 14 de novembro de 2009

A 1ª vez que fui ao CINEMA



Foi em 1989, aqui em Joinville, no antológico (e agora Igreja Universal) Cine Palácio, assisti "Super Xuxa Contra o Baixo Astral". Na época eu tinha 4 ou 5 anos.
Quase duas décadas se passaram e recetemente encontrei esse filme via torrent. Quase impossível descrever o que senti quando os primeiros acordes da música "Arco Iris" tocaram logo nos primeiros minutos do filme. Senti um frio na espinha como talvez nunca tinha sentido antes, um raio congelante que desceu do meu cérebro rasgando minha espinha e arrepiando cada pelinho do meu corpo, talvez por alguns milésimos de segundos tenha perdido minha visão e todos os outros sentidos. Um orgasmo assexualizado.




Revendo o filme percebi como ele influenciou (mais pro mal do que para o bem) a minha infância, e provavelmente a de muitas crianças também. As músicas, as coreografias, a roupa da Xuxa, o Xuxo, todo o brilho, as cores, o show absurdo de merchandising, a inocência fingida, as psicodelias...

Aqui está o link para você copiar, colar e baixar no seu programa p2p:

ed2k://|file|Super Xuxa Contra o Baixo Astral.avi|725585920|3CDF68275727E5935325390305DBD88F|/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Ele ganhou uma Palma de Ouro



Dia 7 deste mês morreu o único brasileiro vencedor de uma Palma de Ouro, Anselmo Duarte.

Em 1962 "O Pagador de Promessas" também levou o "Prêmio Especial do Júri", até então o único filme nacional a fazer sucesso fora do Brasil tinha sido "O Cangaceiro" 9 anos antes!
Em 1964 "Vereda da Salvação", também de Anselmo, empata em Berlim com "Alphaville" de Godard.

Mas prêmios (assim como listas dos 10 mais) não são de forma alguma absolutos, mas são de alguma forma importantes!

É notória a falta de reconhecimento que este artísta teve em vida. É sabido de todos que na época do prêmio em Cannes Anselmo não ganhou o reconhecimento pelos cineastas brasileirospois não fazia parte do "Cinema Novo".

Nas palavras de Anselmo "O mal do Brasil é a falta de auto-estima cultural. Somos um país pessimista e não enaltecemos nossos próprios artistas. Os meninos do cinema novo diziam que prêmio não vale nada. Não vale nada para quem não ganha."
(Dá-lhe neles!)

E neste domingo o programa "Conexão Roberto D'Avilla" reprisará uma entrevista com Anselmo Duarte concedida em 2000. Será às 20h na Rede Brasil.

Pra quem ainda não viu, aqui estão os links para download via torrent de "O Pagador de Promessas". Assisti recentemente e me surpreendi com o fato de o padre do filme fazer o papel de vilão intolerável e a mocinha chifrar o personagem principal com um gigolô "feio que dói".

Copie e cole estes links no seu programa p2p

Parte 1:
ed2k://|file|Filme - O Pagador de Promessas - CD1.avi|733204480|F6F5369C8CA112B993D861E9F7858A63|/

Parte 2:
ed2k://|file|Filme - O Pagador de Promessas - CD2.avi|735180800|868A97639A7186E01EFB93AFF36EA807|/

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Enterro de Di Cavalcanti




Dia desses, passando pela comunidade "Filme Brasileiros (Download)", me deparei com um arquivo que há muito já tinha ouvido falar, mas pensava que se tratava de um filme totalmente censurado e impossível de se conseguir.

Trata-se do curta "Ninguém Assistiu ao Formidável Enterro de sua Quimera, Somente a Ingratidão, Essa Pantera, Foi Sua Companheira Inseparável." mais conhecido como "Enterro de Di Cavalcanti" ou "Di Cavalcanti Di Glauber" de Glauber Rocha.

É notório de muitos o fato de Glauber Rocha ter filmado o enterro desse que foi um dos maiores artítica da cultura brasileira, gerando polêmica na mídia e escândalo para a família do falecido. Também é notório de muitos o fato desse filme estar interditado pela justiça desde 1979 por pedido da filha adotiva de Di.

Glauber se justifica dizendo que "A morte é um tema festivo pros mexicanos, e qualquer protestante essencialista como eu não a considera tragedya... Filmar meu amigo Di morto é um ato de humor modernista-surrealista que se permite entre artistas renascentes.
No caso o filme é uma celebração que liberta o morto de sua hipócrita-trágica condição. A Festa, o Quarup - a ressurreição que transcende a burocracia do cemitério. Por que enterrar as pessoas com lágrimas e flores comerciais?"



quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Porquê este machismo fetichista?




Em "O Ritual dos Sádicos/O Despertar da Besta" depois de quase 1 hora de cinema moderno em preto e branco inicia-se uma sequência alucinógena hiper colorida e beirando o surreal, onde 4 usuários habituais de drogas passam por um experimento de um médico que injeta Lsd neles. Na sala onde os personagens se encontram há a frente deles este poster:


A partir de então, começam a viajar no ácido, cada um na sua mente com suas taras e medos, e o Zé está na cabeça de todos. O que mais me chocou foi que durante a sucessão das cenas há uma enxurrada de frases preconceituosas que diminuem a mulher perante o homem, na verdade esse fato acontece durante todo o filme, mas aqui é mais intenso, veja:

"Dos primórdios até o fim do século o homem é absoluto, é o senhor da vida, e a mulher, seu intrumento. Não há reprovação para os seus atos. É a escrava submissa perante o poderio dos homens. E assim será, através dos milênios. E assim será, até o final do tudo!"

(...)

Um personagem diz: "Ele está certo, é a força do homem e a submissão da mulher."

"É o homem que a humanidade procura, desde os primórdios. É a recompensa do sofrer, da incompreensão terrena."

Zé do Caixão diz: "A mulher é e será através da barreira do tempo, das dimensões do universo, o ser inatingível da glória repugnante, que exala da bestialidade dos homens!"

Uma personagem fala: "Ele é o príncipe das trevas!"









Mas talvez essa forma hiperbólica de pisar sobre a mulher nada mais seja do que um tapa na cara, para fazê-las acordarem e lutarem contra o sistema machista opressor e abusador tão forte nos anos 60 e até hoje.




segunda-feira, 9 de novembro de 2009

VIDEODROME

Nos anos 80, em meio às discussões de Cinema Vs. Vídeo, David Cronenberg fez um filme hostilizando o Vídeo. Na época alguns cineastas tinham medo do Vídeo, alegando que ele "roubava a alma" do Cinema.
Hoje em dia o Cinema Digital nada mais é do que a tecnologia do Vídeo super evoluída, democratizando os meios de produção audiovisual.
Mas no filme o problema não gira em torna das implicações da nova tecnologia, e sim o que se está fazendo com ela: conteúdo de péssima qualidade. "Videodrome" na verdade é uma analogia generalizada para televisão, da mesma forma que "Matrix".





Esse é o tipo de trailer queu não consegui ver até o fim porquê me deu uma vontade desesperada de apertar o "play" para começar a ver logo o filme.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Discurso de um oprimido/perseguido






"Eu não fiz nada, porra... Eu não fiz nada... Por que eu?... Porque eu sou veado? Por quê? Porque eu me visto de mulher e acredito nisso? Eu sou a fantasia barata de todos vocês... E vocês, o que é que olham com essas caras de imbecis?... Seu bando de bundas-moles... passivos. Mesmo com toda a promiscuidade, vocês nunca deixaram de ser bem comportados. Eu conheço o sonho de todos vocês, seus veados, frouxos... Suas esperanças são pobres... Miseráveis... Hipócritas... Vocês gostariam mesmo é de ser mulherzinhas e maridinhos... Se pudessem, vocês teriam um bando de filhinhos, uma fileira de adoráveis monstrinhos para reproduzir essa merda toda"

(...)





"Banheiros imundos... bancos traseiros de carros... sombras... O sexo escroto... pelo meio... O tesão sempre no lugar errado... E aí, ninguém vai reagir, não? Burros... burros passivos, escrotos... O que é que vocês fizeram com a sexualidade? que merda vocês fizeram da... Que merda..."





Texto retirado do filme "Anjos da Noite" (1987). Obra pós-moderna escrita e dirigida por Wilson Barros.