segunda-feira, 31 de maio de 2010

Denuncia de fraude em longa gaúcho.

A RBS, no Rio Grande do Sul, fez uma matéria divulgando a chegada de servidores da ANCINE para verificar possíveis irregularidades na prestação de contas do filme Concerto Campestre. Essa ação tem tido muita repercussão na imprensa local em função das suspeitas de que também tenha havido fraude na Lei de Incentivo à Cultura gaúcha pelo mesmo projeto.

Dossiê Rê Bordosa

Neste final de semana, durante o Corredor Cultural aqui em Juiz de Fora, houve a maratona de filmes Primeiro Plano no Cine Palace. 

Entrei na sala às 5h da madrugada para assistir "Wood e Stock - Sexo, Orégano e Rock n' Roll" animação em longa metragem do Angeli, filme que sempre tive uma imensa vontade de ver, mas nunca tinha tido a oportunidade de assistir, a sala já estava escura quando entrei e tinha bastante gente, por volta de umas 30, fiquei surpreso com isso, mas o problema foi que durante a sessão foi me dando um sono...

O filme era muito legal, mas como eu tinha saido do trabalho e passado a noite toda vendo shows, pulando, bebendo, o corpo não aguentou e caiu num sono bom naquele escurinho do cinema, só acordei quando as luzes se acenderam. Fiquei um pouco envergonhado com isso, e para me redimir da culpa estou postando uma animação em stop motion de 2008 que se chama "Dossiê Rê Bordosa" dirigido por César Cabral, o filme é um documentário fictício sobre o assassinato da personagem mais sem noção criada por Angeli. Aproveitem!





http://www.dossierebordosa.com.br/

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Bate-papo em Sampa "Como Olhar Uma Obra"

"Elogio ao Silêncio" de Sérgio Fingermann

Dia 28 de maio, sexta-feira, às 20h30, acontece a segunda edição do debate “Como olhar a obra – conversas entre artistas, críticos e psicanalistas”, no Centro Cultural B_arco. Os convidados da noite são Sérgio Fingermann, Juliano Pessanha e Lia Fernandes (breve currículo abaixo). A entrada é gratuita.

O ciclo de conversas “Como olhar a obra?”existe desde 2008, tendo este ano retomado as atividades no mês passado. São convidados artistas, críticos de arte e psicanalistas para falarem, a partir do trabalho daquele artista que ali se encontra, sobre o tema proposto. O evento é organizado pelo Grupo de trabalho sobre Arte e Psicanálise do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos de São Paulo, em parceria com o Centro Cultural b_arco.

Breve currículo dos convidados:

Sérgio Fingermann

Pintor, desenhista e gravador. Desenvolve uma trajetória artística há mais de 30 anos, expondo frequentemente em galerias e museus de todo o Brasil. É autor dos livros “Fragmentos de um dia extenso (2001), “Elogio ao silêncio e alguns escritos sobre pintura” (2007) e “Gravura: trama de sombras” (2008), todos pela editora Bei.


Juliano Pessanha

Escritor, formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. É autor da trilogia “Sabedoria do nunca” (de 1999, com textos que ganharam o prêmio Nascente de 1997), “Ignorância do sempre” (2000) e “Certeza do agora” (2002) pela Ateliê Editorial. Dirige grupos de estudo e oficinas de escrita.

Lia Fernandes

Psicanalista, mestre em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, membro do Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientiae, membro do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos e autora do livro “O olhar do engano: autismo e outro primordial” (Escuta, 2000).

Entrada grátis!
Hoje 20h30
O_barco
R. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 426, Pinheiros, São Paulo - SP. Tel: (11) 3062-9446.

Fonte: Vila Mundo

quinta-feira, 27 de maio de 2010

"Amaxon" de José Sette - Exibição hoje em Juiz de Fora



Hoje no MaMM 20hs
Rua Benjamin Constant, 790 Centro
Juiz de Fora
Entrada Gratuita

"Amaxon" 80 min/2009
Escrito e dirigido por José Sette

Laura Marques é uma escritora de sucesso. Ela é casada com um apresentador de tevê chamado Lourenço Marques. Laura sai da grande cidade e se refugia em sua casa de veraneio para escrever um novo livro. De lá ela pode observar a imensidão do mar e nele buscar a inspiração para toda a sua obra, aclamada pelo público e pela crítica. A história começa quando ela escreve o final do último capítulo de “Os Homens que não Tive” e finaliza toda a escrita, feita a mão, com sua caneta tinteiro. Digitalizado o texto ela remete para o seu editor. Antes de voltar para cidade, uma série de acontecimentos sinistros na natureza transforma o seu universo existencial.

O que é prosa torna-se poesia e depois ficção. Realismo fantástico. Um mundo dual e agressivo. Mundo onde o sentir se apresenta como sendo um novo texto. Onde o ver, maquiando a criação em uma nova roupagem, propõe uma nova imagem, um novo som, nunca ainda experimentado. É o despertar desse novo momento da criação que a história conta. O renascer pela verdade mágica da arte oculta na poesia e em prosa cinematográfica - Entre a prosa e a poesia, tudo é novo! Tudo é verdade! Tudo é mentira! Tudo são sonhos e às vezes pesadelos. Esses são os processos criativos em que ela se envolve: A escrita fala, narra e dialoga com ela. A memória é viva, sem limite e se expressa por imagens cinematográficas, citações perdidas no tempo.

Essa nova roupagem quer buscar no entendimento dos fatos, na lucidez dos seus últimos dias, o barco, a fuga, que leva a sua personagem para o transmutado e tempestuoso mar, sofrendo, no desespero do conhecimento, uma profunda solidão. É preciso que o mar novamente invada a terra, transformando a paisagem do grande continente em uma ilha, para que o equilíbrio, justo e universal do ser criador, possa ser reconquistado.

É nesta ilha habitada por Calibã, que Laura, filha de Próspero, nasce uma nova mulher, uma deusa - Amaxon! Uma guerreira. - O filme é um manifesto poético sobre a arte da criação em um mundo desequilibrado, perdido, sufocado e desesperado. É um filme dos significados e dos significantes mais profundos do ser e do não ser.
Imperdível!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

"CineClube Bordel Sem Paredes" entra em atividade!


É com muito prazer que iniciamos esse projeto do CineClube Bordel Sem Paredes em Juiz de Fora-MG.
Nossa humilde programação faz parte do Corredor Cultural 2010 que vai fazer a cidade pegar fogo neste final de semana com 40 HORAS de atrações ininterruptas!
Apareça e ajude a divulgar as sessões do CineClube Bordel Sem Paredes colando esse "flyer" virtual no seu blog, orkut, facebook, twitter, enfim!
Também estamos no Twitter! Siga este Bordel!

Vídeos dos filmes:
"O Bandido da Luz Vermelha"


"Sem essa, Aranha"


"Os Monstros de Babaloo"

"69 - Parque da Luz" de Carolina Markowicz e Joana Galvão

Curta-metragem muito bem editado sobre as prostitutas da 3ª idade que ficam na Praça da Luz, em São Paulo.  Elas falam de como começaram a trabalhar, como é o dia a dia e suas experiências boas e ruins. Imperdível!


sábado, 22 de maio de 2010

Rio



Ano que vem veremos o Rio de Janeiro nos cinemas de uma forma como ele nunca foi retratado, a direção desta animação é de Carlos Saldanha, dos A Era do Gelos. Isso vai se legal e em 3D!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Último dia para inscrições nas Oficinas do CineOP



5ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto abre as inscrições online para os interessados em participar gratuitamente de oficinas de cinema. São 8 oficinas com a oferta de 230 vagas, a serem ministradas durante a realização do evento, de 17 a 22 de junho, na cidade de Ouro Preto (MG). Até o dia 21 de maio, os interessados podem se inscrever nesses cursos abaixo:

Roteiro Avançado
Direção para Iniciantes
Realização em Curta Documental
História do Cinema Brasileiro da Década de 30
Conservação Preventiva de Acervos Fílmicos
Vídeos, memórias e novas mídias
O Cinema na Escola, Ver e Fazer
Artes Plásticas e Educação

A lista com os selecionados da mostra sairá no começo de junho.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Solo" novo filme de Ugo Giorgetti estréia amanhã

Texto retirado do Uol Cinema






"Fazer cinema no Brasil está me deixando um cara pior", diz Ugo Giorgetti


O cineasta Ugo Giorgetti lança nesta sexta (21) o seu projeto mais ousado: “Solo”. Trata-se de um filme protagonizado por um único ator, Antonio Abujamra, que ao longo de 72 minutos recita um monólogo sobre a sua solidão, a saudade dos parentes mortos, as lembranças dos tempos em que São Paulo era uma cidade agradável de viver. “Tudo está ficando incompreensível”, diz o velho. “A minha é uma solidão como todas as outras.”

Em entrevista ao UOL Cinema, Giorgetti fala das dificuldades que cineastas com o seu talento e currículo têm enfrentado no esforço de viabilizar as suas produções. Critica o modelo de financiamento adotado pela cidade de Paulínia, diz que a produção contemporânea não deixará nenhum legado para as gerações futuras e lamenta que, para conseguir verba, seja obrigado a se submeter a diferentes constrangimentos. “Fazer cinema no Brasil está me deixando um cara pior do que sou”.

Apesar do texto de alta qualidade de Giorgetti e da atuação impagável de Abujamra, “Solo” será exibido em um único horário, às 18h, no Espaço Unibanco, em São Paulo. O cineasta considerou a medida acertada – ele acalenta a esperança que dessa forma consiga manter o filme em cartaz por mais tempo do que se fizesse um lançamento em muitas salas.

“Solo” foi feito num momento de impasse de Giorgetti, diante da dificuldade de obter recursos para viabilizar um projeto mais ambicioso, intitulado “Corda Bamba”. Filme de época, passado em 1971, este longa-metragem começará a ser rodado agora em junho, depois de três anos de tentativas de viabilizá-lo.

Na entrevista a seguir, o diretor de “Boleiros”, “A Festa” e “Sábado”, entre outros, fala dos novos projetos e do momento vivido pelo cinema brasileiro.

“Solo”
Durante quase 40 anos eu saí de casa de manhã para filmar. Todo dia. Eu tenho que filmar. Então, se não dá para fazer um filme de ficção, faço um documentário. Se der para fazer em 35 mm, eu faço. Se precisar fazer em 16 mm, vamos embora. Se precisar fazer em digital, eu faço também. O “Solo” está capitulado nisso. Eu estava sem nada, esperando para fazer o filme que eu só vou fazer agora. Vou fazer o quê?

Monólogo
Eu tinha esse monólogo, escrito para o Sergio Mamberti, que depois resolveu não fazer. Conversando com o Abujamra, falei do texto e ele se interessou. Mostrei e ele pirou. Peguei o Washington Olivetto, que sempre entrou comigo nos filmes, e fiz. Custou R$ 250 mil. É um cara caminhando para uma treva cada vez mais espessa. Ele não entende mais nada desse mundo. Não é uma reclamação banal. É uma constatação que a coisa acaba mal.


Reação do público
As pessoas têm se surpreendido com o filme. É muito raro um monólogo no cinema. Tem um filme do Altman assim (“Secret Honor”, de 1984). É o Nixon, um gravador e uma garrafa de uísque. Fiquei feliz com a reação, inclusive do Adhemar [Oliveira, proprietário da cadeia de cinemas Espaço Unibanco e Artplex]. Já propus para ele exibir em uma sessão por dia, mas ele gostou tanto que sugeriu fazer um lançamento maior. Eu não quis. Vai ser uma sessão diária. Acho que é o tamanho do filme. Não vamos disfarçar. É um monólogo. Quem quiser, vá...

Abujamra
A gente tem uma aproximação boa de cabeça. Ele é um grande “diseur”, muito bom em monólogos. Nunca esperei que ele decorasse, mas é um grande leitor de teleprompter – e disfarça muito bem. Ele não ia decorar oito frases. Aliás, é muito perigoso o Abujamra decorar – ele põe “cacos”. Ele até tentou, mas eu cortei. “Ele cortou, e era Paul Valéry. Ele cortou para ficar Ugo Giorgetti” (imitando o jeito de falar do ator). Não sei se era Paul Valéry, ou não, mas foi devidamente extirpado. Foi muito divertido.

“Abaixo a Ditadura”
Eu tinha o roteiro deste novo filme antes mesmo do “Boleiros 2”. Inscrevi na Ancine com outro título, “Abaixo a Ditadura”. Começamos a trabalhar e eu percebi que “Boleiros 2” era mais fácil de viabilizar em termos de dinheiro. Mas eu tinha que cancelar este projeto na Ancine – você não pode ter dois filmes ao mesmo tempo. Aí o burocrata na Ancine falou: “Esse filme é muito mais legal que o ‘Boleiros 2’. Não cancela”.

A história
O filme se passa em 1971, no meio teatral, em São Paulo, no momento em que o Living Theatre (grupo teatral americano fundado por Judith Malina e Julian Beck) estava preso em Ouro Preto. É a tentativa de fazer um painel desta época baseado na ideia que 95% da população não estava nem na repressão nem na luta armada; estava num limbo, no meio daquilo. Em termos culturais, é um período riquíssimo. A agitação era muito grande no meio teatral. É uma ditadura cujos agentes da repressão tinham a cabeça dos anos 40 e 50 e embaixo havia uma turma com costumes de Maio de 68, contracultura, Bob Dylan, tudo aquilo...

Corda bamba
Uma vez que você deslancha o filme, você tem que terminar. Eu não posso chegar para uma equipe, depois de três semanas de filmagem, e falar: “Acabou”. Não dá. Por outro lado, não posso vender uma propriedade para continuar um filme. Está tudo planejado, mas estamos engolindo em seco para que nada aconteça. A gente não tem seguro do filme, por exemplo. O filme está sem rede. Mas vamos embora

Financiamento
Fiquei três anos tentando viabilizar o filme. Consegui apoio da Secretaria de Cultura de São Paulo (tanta a estadual quanto a municipal) e da CSN. Depois vou ter que captar para finalizar. Estou começando a filmar com o mínimo. Pela primeira vez, me associei a uma produtora de publicidade. O orçamento era de R$ 4 milhões, o que já é modesto para um filme de época. Mas vou botar na lata com menos de R$ 2 milhões. Vou fazer em 16 mm pela primeira vez. Mas não é uma concessão. Foi uma coisa pensada com o fotógrafo.

Salários
O que está acontecendo no cinema brasileiro é um escândalo. É um negócio totalmente esquizofrênico. A gente produz com os preços da França e ninguém vai ver os filmes. A entrada da publicidade no negócio explica isso, em parte. E também o fato de que não é o seu roteiro, a sua ideia ou o seu valor pessoal que transforma você num candidato forte a fazer um filme, mas os seus contatos sociais. Formou-se uma cadeia que não tem nada a ver com o cinema.

Exemplo
Quando você lê no jornal que “Heleno” será feito com R$ 8 milhões, por que o técnico vai cobrar a tabela do sindicato? Não. Ele tem toda a razão em cobrar. Mas eu tento convencer alguns técnicos que eu não tenho esse dinheiro. E, no fim eu consigo. Mas está se tornando inviável. Eles estão cobrando preços inviáveis para os cineastas independentes.

Paulínia
Fui no “pitching” (uma audição para seleção de projetos) em Paulínia. O cara que ia julgar os projetos logo falou: “Eu queria dizer que nós não entramos no mérito dos roteiros”. Eu falei: “Desculpe te interromper, mas você não entra no mérito dos roteiros?” Ele: “Não. O nosso critério é o quanto o filme vai ser rodado em Paulínia, quanto dinheiro vai ficar aqui, quantos empregos ele vai gerar”. Eu falei: “Perfeitamente. Mas quando tudo isso tiver passado, alguém vai ver os filmes de Paulínia e, então, o roteiro vai ser levado em consideração. Todos esses caras para quem você está dando emprego estarão mortos, e também não são muitos, e você fez uma bosta. Para o patrimônio cultural de Paulínia não vai sobrar nada”. E ficou por isso mesmo.

Estado de ânimo
Estou muito desmotivado... Vou até dirigir uma ópera, “Norma”. É uma possibilidade de dirigir outras coisas. Estou desmotivado pelo que virou o cinema, a política do cinema. O lado amador está sendo abandonado – e você tem que ter um lado amador em qualquer profissão. Falo do amor ao cinema, de fazer algo que não seja uma perseguição tão evidente por Oscar, Cannes, pelo público. Até porque não tem nem Oscar, nem Cannes, nem público. A única chance é fazer uma coisa que perdure um pouco mais, como fizeram os caras do Cinema Novo. Mal ou bem, os filmes estão aí, de tempos em tempos reaparecem. Dos filmes de hoje, quais vão reaparecer? Só podem reaparecer como retrato de um fenômeno: o momento muito ruim. Tenha santa paciência!

Saída?
Eu não sei como sair disso. Hoje tem a Globo, tem as “majors”, grandes empresas de publicidade... Estão todas ganhando muito dinheiro. Como faz? Temos 12 anos de Lei do Audiovisual. Foi feita para alavancar a indústria. A ideia era que, com o subsídio, essas empresas iam se capitalizar e passar a trabalhar com as próprias pernas. Doze anos depois, me aponte uma empresa que não recorre a lei de incentivo. Alguma coisa está muito errada.

Legado
A Vera Cruz trouxe um avanço técnico muito grande. O cinema paulista é o que é por causa da Vera Cruz. O Cinema Novo deixou um legado muito forte de ideias; o Brasil se pensou pela primeira vez. Nós vamos deixar o quê? Inovações técnicas? Não. A gente se aproveita da propaganda. Ideias? Você está vendo... Fico um pouco triste com o jeito de ser profissional dos jovens cineastas. Eles confundem profissionalismo com talento.

Olhando no espelho
O cinema está me tornando um cara pior do que eu sou. Mesmos nos meus anos de publicidade, eu não era tão subserviente. Fazia o comercial e recebia o meu dinheiro. Não precisava ir na casa do sujeito que me contratou, nem ele na minha. Não tinha que ficar fazendo rapapés para político nenhum, apertando mão de empresário. Nunca almocei com cliente em 30 anos de publicidade. A parte social te torna pior. Se Paulínia me desse o dinheiro, talvez eu não falasse para você que aquilo é uma puta palhaçada. Eu diria: “Veja bem, Mauricio, tem um lado positivo...” Que é o meu (risos). Enfim, eu sei que estou pior do que era. Mas a culpa é minha.

Associação de Cinematografia discute o futuro do setor

A Associação Brasileira de Cinematografia (ABC) promoverá a Semana ABC entre os dias 24 e 29 de maio na Cinemateca Brasileira. O tema do evento é 2010 + 10. Durante a semana, profissionais de todas as áreas da produção audiovisual participarão de painéis, conferências, apresentação de equipamentos e de novas tecnologias, traçando os rumos da cinematografia nacional e estrangeira.

No sábado, 29 de maio, haverá a entrega do Prêmio ABC para Melhor Direção, Melhor Som, Melhor Direção de Arte e Melhor Montagem para longa-metragem e também Melhor Direção de Fotografia para curta-metragem, filme comercial, programa de TV e filme estudantil.

A associação traz ao evento profissionais reconhecidos internacionalmente como o brasileiro Felix Monti, diretor de fotografia, que tem no currículo o argentino vencedor do Oscar “O Segredo de Seus Olhos” e a diretora de arte canadense Anastásia Masaro (“O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus”).

Concurso de VídeoArte 2010

Com a finalidade de incentivar a produção audiovisual de caráter experimental, a 4ª edição do Concurso de Videoarte selecionará duas propostas para realização de obras de videoarte, concedendo a cada projeto selecionado prêmio no valor de R$6.500,00 (seis mil e quinhentos reais) e suporte técnico da Massangana Multimídia Produções.

As inscrições são gratuitas e deverão ser realizadas, pelos proponentes ou seus procuradores, na Coordenação de Artes Plásticas da Fundação Joaquim Nabuco, no período de 31 de maio a 13 de junho de 2010, das 9h às 12h e das 14h às 18h.

Para os concorrentes que tenham domicílio fora do Recife, será admitido pedido de inscrição via correio para o endereço discriminado abaixo, postado até o 13 de junho de 2010.

A divulgação dos projetos vencedores será feita no site da Fundação Joaquim Nabuco e no Diário Oficial da União.

O Edital contendo todas as informações necessárias à participação no Concurso de Videoarte da Fundação Joaquim Nabuco está disponível AQUI
Data limite para envio de propostas: 13 de junho de 2010.

Data prevista para a reunião da comissão de seleção: 05 de julho de 2010.

Data prevista para divulgação do resultado da seleção: 12 de julho de 2010.

Informações e Inscrições:

Coordenação de Artes Plásticas

Diretoria de Cultura

Fundação Joaquim Nabuco

Rua Henrique Dias, 609 – Derby – Recife – PE – 52.010-100

Telefones (81) 3073.6692 | 30736691

De 2ª a 6ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h.

Endereço eletrônico: artes@fundaj.gov.br

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mostra Novos Cineastas no MAMM - Juiz de Fora




TODA A PROGRAMAÇÃO DO MAMM É GRATUITA

Museu de Arte Murilo Mendes
R: Benjamin Constant, 790
Centro - Juiz de Fora - MG
Tel: (32) 3229-9070

terça-feira, 18 de maio de 2010

Aula de Documentário com o Mestre!

Aproveitem!




























E para a Revista Cult no II Congresso de Jornalismo Cultural



Amanhã postarei vídeos com João Moreira Salles também gravados na Casa do Saber.
Até!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"Rio, Eu Te Amo"


Vai rolar "Rio, Eu Te Amo" na mesma linha de "Paris, Eu Te Amo" e "Nova Iorque, Eu Te Amo"! Os diretores que já estão confirmados são Walter Salles, José Padilha e o mexicano Guillermo Arriaga, as filmagens começarão no início de 2011.

Outras cidades que também estão na lista da cine série chamada "Cities of Love" são Xangai e Jerusalém, as filmagens de Xangai começam ainda neste ano e os cineastas confirmados são  Jim Sheridan, Lu Chuan e Gabrielle Machino.

O projeto já tem site, teaser trailer e poster, olha aí!

http://rioeuteamo.net



domingo, 16 de maio de 2010

Curso de Roteiro no Rio!


Roteiro desde o princípio, com David França Mendes

Uma oficina de roteiro de cinema em que se trabalha a técnica como aliada da criatividade, e não como sua inibidora. Contra os clichês e as receitas de bolo. Voltada para iniciantes e para os que já deram os primeiros passos em outros cursos, mas não se sentem ainda seguros para caminhar sozinhos, o curso se baseia em textos de David Mamet, Jean-Claude Carriére e Robert McKee, entre outros. Cada aluno escreve um projeto individual, que é analisado pelo professor também individualmente.Veja Site

A partir de 18 de maio
Terças-feiras das 19h às 22h
Carga horária: 8 aulas
Custo: R$550 com opção de parcelamento em 2x (10% de desconto a vista)
Aceita-se cartão de crédito VISA ou VISA ELETRON
Local: Grupo Estação - Rua Voluntários da Pátria, 53
Botafogo, Rio de Janeiro

Detalhamento do curso

Increva-se!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

"Olhos Azuis" tem sessão grátis amanhã!




Neste sábado 15/05, às 10h da manhã, haverá sessão gratuita do filme "Olhos Azuis" no Ponto Cine
Reserve seu ingresso: convite@pontocine.com.br ou (21) 3106-9995
O Ponto Cine fica na Estrada Jatobá 2300 - Guadalupe Shopping - Guadalupe - RJ




Marshall (David Rasche) é o chefe do Departamento de Imigração do aeroporto JFK, em Nova York. Comemorando seu último dia de trabalho, Marshall resolve se divertir complicando a entrada no país de vários latino-americanos. Entre eles está Nonato (Irandhir Santos), um brasileiro radicado nos EUA, dois poetas argentinos, uma bailarina cubana e um grupo de lutadores hondurenhos. Dois anos depois, Marshall vem ao Brasil procurar uma menina de nome Luiza. Quando ele conhece Bia (Cristina Lago), uma jornada em busca de redenção se inicia. Olhos Azuis foi o grande vencedor do II Festival Paulínia de Cinema com seis prêmios, incluindo o de Melhor Filme.
Direção: José Joffily
Argumento: José Joffily, Jorge Duran e Paulo Halm
Roteiro: Paulo Halm e Melanie Dimantas

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Acervo da Vera Cruz grátis na Internet


Boa notícia para que curte a história do cinema nacional. O site EloCinema está disponibilizando alguns filmes dos Estúdios da Vera Cruz para serem vistos gratuitamente. São no total 13 longas, incluindo alguns de Walter Hugo Khouri, e 5 documentários.


Fundada em 1949 pelo industrial Francisco Matarazzo e pelo produtor italiano Franco Zampari, a Companhia Cinematográfica Vera Cruz foi um dos mais importantes estúdios cinematográficos da história do cinema brasileiro. Em pouco tempo produziu e coproduziu mais de 40 longas e documentários, marcando época na produção brasileira. Com o lema: "Produção Brasileira de Padrão Internacional", é considerado o primeiro estúdio em moldes profissionais do país. Seu acervo de filmes somente está disponível graças aos esforços da família Khouri e da Cinemateca Brasileira que tem trabalhado a preservação das obras desde os anos 80.

“A disponibilização de um acervo desta qualidade, gratuitamente para os internautas, presta um serviço fundamental não apenas ao cinéfilo, como também a todos que se interessam pela história e pela cultura do Brasil. A internet preenche assim uma lacuna enorme que nem o cinema nem o DVD conseguem suprir. Queremos ajudar a acabar com a ideia de que o Brasil é um país sem memória”, afirma Sabrina Nudeliman, sócia e co-fundadora da ELO COMPANY.

Lista de longas de ficção

* Sai da Frente (1952), de Abílio Pereira de Almeida.
* Nadando em Dinheiro (1952), de Abílio Pereira de Almeida.
* Sinhá Moça (1953), de Tom Payne.
* Candinho (1953), de Abílio Pereira de Almeida.
* Família Lero Lero (1953), de Alberto Pieralisi.
* O Sobrado (1956), de Walter George Durst.
* O Gato de Madame (1956), de Agostinho Martins Pereira.
* Osso, Amor e Papagaio (1956), de Carlos Alberto de Souza Barros.
* Paixão de Gaúcho (1957), de Walter G. Durst.
* Noite Vazia (1964), de Walther Hugo Khouri.
* Grande Sertão: Veredas (1965), de Geraldo e Renato dos Santos Pereira.
* O Corpo Ardente (1966), de Walther Hugo Khouri
* As Amorosas (1967), de Walther Hugo Khouri.

Longas documentários:

* Marcelo Grassman - 25 anos de Gravura, de Silvio de Campos Silva.
* São Paulo em Festa, de Luciano Salce, sobre celebração dos 400 anos de aniversário da cidade de São Paulo.
* Obras Novas - A Evolução de uma Indústria, de Lima Barreto, sobre o processo de construção dos estúdios Vera Cruz.
* Painel , também de Lima Barreto, registrando a execução do painel Tiradentes de Candido Portinari.
* Santuário, do mesmo diretor, enfocando as esculturas dos 12 profetas, feitas por Aleijadinho, em Congonhas do Campo, Minas Gerais. 

Além destas obras, o site possui um interessante acervo de documentários, curtas metragens, reportagens, músicas, dá pra perder um tempão nele (se você não se perder por completo navegando, achei o site um pouco confuso) http://www.elocinema.com.br/




quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os melhores Ovos do mundo


Ontem fui ver o filme "As Melhores coisas do Mundo", sozinho, sessão quase vazia. O filme é realmente bom, narrativa bem construída, personagens críveis ao invés de adolescentes drogados, punks e alienados, como é comum no cinema. Destaque para a atriz Gabriela Rocha, que interpreta a melhor amiga do protagonista e para a situação que faz com que a vida de Mano saia do comum, seus pais se separam porque o pai de Mano está apaixonado por um outro homem.

Durante toda a sessão não conseguia parar de pensar naquelas comédias americanas adolescentes dos anos 80, "Picardias Estudantis", "A Garota de Rosa Choque", "O Clube dos 5" e afins. Filmes excelentes que tratavam com humor e descompromisso os dramas comuns dos adolescentes daquele país. Sempre houve uma lacuna na nossa cinematografia da retomada de filmes que tratassem da vida dos adolescentes, público que lota salas de cinema em bandos. Esse filme, junto com "Sonhos Roubados" e "Os famosos e os duendes da morte" (ainda não tive a oportunidade de ver esses dois últimos) acredito ser o começo de um gênero a ser bem explorado. Por enquanto apenas dramas, mas quem sabe no futuro a situação evolua para boas comédias bem dirigidas.

Para terminar, teve uma cena no filme que eu realmente adorei, quando Mano e sua mãe jogam ovos contra a parede, não faço nenhum tipo de leitura simbólica da cena, apenas achei bonita e me cativou, me emocionou de verdade.

Sala Crisantempo exibe documentário sobre Dorothy Stang




Nesta quinta-feira, dia 13 de Maio, às 20h, o Cine-Clube Socioambiental Crisantempo exibe o documentário "Mataram Irmã Dorothy". Lançado no dia 17 de abril, o filme de Daniel Junge narra o julgamento dos assassinos da missionária norte-americana Dorothy Stang, brutalmente assassinada em 2005.

Após a exibição, o produtor do filme, Gustavo Gelmini, estará presente para conversas sobre a obra.

A freira, morta em Anapú (PA), foi importante ativista em defesa do meio ambiente e comunidades da Amazônia. Perseguida pelos oligarcas e madereiros da região, Dorothy, mesmo após sua morte, permanece como símbolo de resistência na luta por justiça social.

Cine-clube Socioambiental Crisantempo
Rua Fidalga, 521 – Vl. Madalena
CEP:05432-070
São Paulo - SP - Brasil
Telefone: (11) 3819 – 2287

terça-feira, 11 de maio de 2010

Colegas - O filme



Ontem a noite, depois de ter visto "Homem de Ferro 2" no cinema e não ter achado tão ruim assim, cheguei em casa, liguei a TV e tive mais uma surpresa, estava passando uma reportagem sobre a produção de um filme nacional no programa do Otávio Mesquita!

Esse filme é Colegas  e que aborda de forma inocente e poética coisas simples da vida através dos olhos de três jovens com síndrome de Down. São eles: Stalone, Aninha e Márcio, colegas que se comunicam basicamente através de frases célebres de cinema, resultado dos anos em que trabalharam na videoteca do Instituto Madre Tereza, local onde vivem.

Um dia, inspirados pelo filme Thelma & Louise, resolvem fugir no carro velho do jardineiro em busca de seus sonhos: Stalone quer ver o mar, Marcio quer voar e Aninha busca um marido pra se casar. Nessa viagem, enquanto experimentam o sabor da liberdade, envolvem-se em inúmeras confusões e aventuras como se a vida não passasse de uma eterna brincadeira.

Na reportagem que passou na Band, eles revelaram que os personagens assaltam estabelecimentos comerciais usando máscaras, mas que só roubam balas, chicletes e ursos de pelúcia! Isso vai ser legal!

Escrito e dirigido por Marcelo Galvão, foi o vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cinema de Paulínia e como boa parte das produções atuais o filme tem um site/blog que segue a produção.

http://www.colegasofilme.com.br/



ps: Talvez a reportagem do Otávio Mesquita seja reprisada nesta 5ª feira, mas ainda não há nada confirmado.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Concurso "Filme no Rio" para estudantes



A Secretaria de Estado de Cultura abre inscrições, no dia 10 de maio,para o concurso “Filme no Rio”, da Filme Rio – Rio Film Commission(FRRFC). Exclusivo para estudantes dos ensinos médio e/ou superior, oconcurso escolherá o curta-metragem institucional que melhor explore otema: “Por que filmar no Rio deJaneiro?” . Os curtas, com, no máximo,dois minutos de duração,  podemser realizados com qualquer tipo de tecnologia (analógica ou digital). O concurso, com concessão de prêmios variando entre 750 e três milreais, propõe que os filmes mostrem o Rio de Janeiro como locaçãoprivilegiada para produções audiovisuais.

Poderão participar do concurso alunos com idade mínima de 18 anos, regularmentematriculados nas instituições de ensino médio ou superior da redepública ou privada, de qualquer município do estado do Rio de Janeiro, independentemente da série cursada ou da habilitação inscrita.  Alémdo estudante inscrito, também é necessário que pelo menos um chefe de equipe (fotografia, roteiro, arte, produção ou som) seja estudante.  As inscrições para o concurso estarão abertas de 10 de maio a 31 de julhode 2010.

Cada participante poderá concorrer com apenas uma produção e a inscrição do filme não implica na participação do mesmo no evento de entrega dosprêmios. Na fase de seleção do concurso “Filme no Rio”, cinco vídeosserão finalistas e a Comissão Julgadora escolherá entre eles os trêsvencedores .
A cerimônia de premiação – com a exibição dos cinco curtas finalistas – acontecerá no Festival de Cinema do Rio de 2010.

“O concurso estudantil ‘Filme no Rio’ é uma forma criativa de promover o Estado do Rio de Janeiro como polo audiovisual da América Latina, além de ser ótima oportunidade para envolver os futuros  jovens cineastas com o trabalho feito pela Filme Rio – Rio Film Commission, comenta, com entusiasmo, Steve Solot, presidente da Filme FRRFC, ligada à Secretaria de Estado de Cultura.
O regulamento e a ficha de inscrição do concurso “Filme no Rio” estão no site www.riofilmcommission.rj.gov.br

Filme Rio – Rio Film Commission
Secretaria de Estado de Cultura
Rua México, 125/13o
Centro – Rio de Janeiro
CEP: 20031-145
Tel: 21 23331349 / 21 23331373
Fax: 21 23331415

rfc@riofilmcommission.rj.gov.br

sábado, 8 de maio de 2010

Neville D'Almeida hoje na TV


Hoje 20h30 na Revista do Cinema Brasileiro da Tv Brasil, Neville D'Almeida (Os Sete Gatinhos, A Dama do Lotação, Navalha na Carne) será entrevistado por Júlia Lemmertz.

 Imperdível!

Reprise na 2ª feira, 1h da manhã.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

E assim disse o homem...


"Todo mundo é um gênio enquanto está inédito".


 David França Mendes em entrevista para O Globo, em outubro de 2008, na ocasião do lançamento do seu filme "Um Romance de Geração" no Festival do Rio.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Blog do novo filme de Vicente Amorim


O novo filme de Vicente Amorim (diretor de "Um Homem Bom" e "O Caminho das Nuvens") chama-se "Corações Sujos", e se passa em 1945 numa colônia de japoneses, e está em fase de produção, você pode acompanhar o dia-a-dia da produção através do blog, que é bem atualizado.

Pra quem curte trabalhar com audiovisual ou ainda está estudando (ou está se planejando para estudar, como eu) é muito válido seguir uma produção desta forma, ver as dificuldades, as construções, os projetos de cenários, as fotos, soluções encontradas e as descontrações de uma produção. 


A varanda da casa de Aoki, em versão estúdio. Foto: Paulo Mussoi


Recentemente foi liberado uma parte do roteiro escrito por David F. Mendes, a cena é super sangrenta, tensa, violenta e delicada, e você pode ler aqui:



INTERIOR CASA DE AOKI - NOITE

Takahashi diante de Aoki. Takahashi oferece a katana (espada japonesa) para Aoki. Um momento de insuportável tensão e silêncio.

Continuamos circulando em torno dos dois... para um lado, para o outro...

Takahashi quebra o silêncio.

TAKAHASHI: [Você sabe muito bem. Se o Japão perde, não sobra um japonês no mundo. Todos se matam. Japonês nenhum ia querer viver nessa vergonha.]

Aoki nada diz.

TAKAHASHI CONTINUA: [Nenhum.]

Lentamente, solenemente, Takahashi vai recolhendo a espada que estava oferecida a Aoki, e invertendo sua posição.

TAKAHASHI CONTINUA: [Seu coração está sujo.]

AOKI: [O Japão perdeu a Guerra. Você sabe a verdade. Não aceita, mas sabe.]

A espada agora está nas mãos de Takahashi, em posição de ataque. Aoki não se move. Em silêncio, todo tenso e contraído, Takahashi se lança, com a espada em riste, sobre Aoki. Este não se defende. Recebe o golpe bruto da espada no pescoço. O golpe não é preciso. Takahashi não é um matador. Vê que Aoki sofre. Aplica um segundo golpe, mas Aoki tomba bem no instante do golpe, e Takahashi erra miseravelmente, acertando em vez do pescoço as costas de Aoki. Abre-se uma ferida longa e sangrenta. Sangue por toda parte. Aoki, caído, ainda se move, se contorce em agonia. O rosto lívido ainda fita Takahashi como numa acusação. Takahashi mal tem forças, mas desfere um terceiro e último golpe.

Apesar da violência das ações, tudo é espantosamente silencioso. Os ruídos são mecânicos. A espada contra a carne. O corpo contra o chão. Ruído de ossos se quebrando, de carne cortada, do esforço de um homem e da dor do outro. Aoki não grita. Geme, apenas, quando recebe os golpes. Gemidos breves, mas muito profundos, densos, graves. Takahashi de joelhos diante do corpo de Aoki. A poça de sangue. Em silêncio, diante do corpo, que apenas agora se aquieta de vez. A câmera para. A espada em primeiro plano.

Escutamos passos miúdos. Ele não ousa olhar para trás. Atrás de Takahashi, Miyuki, sua esposa, com a trouxa de comida que havia prometido a Aoki na mão. Aterrorizada. As mãos apertando a trouxa como se manter firme aquela trouxa dependesse sua vida inteira. Pálida de terror, ela se ajoelha bem devagar atrás do marido. Pousa a panela no chão com extremo cuidado, pois suas mãos perderam a firmeza. Takahashi afinal olha para trás. E vê, a poucos metros dele, a mulher ajoelhada com a trouxa de comida diante de si. Lívida. Mais frágil do que nunca.

Nenhum dos dois ousa se mover, nenhum dos dois ousa falar, nenhum dos dois ousa se aproximar. Paralisados. Até o rosto de Miyuki está completamente paralisado. Uma máscara. Máscara pela qual escorre repentinamente uma lágrima. Depois mais uma lágrima. E outra, e mais outra. Até que o rosto de Miyuki está banhado em lágrimas absolutamente silenciosas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Debate sobre o cinema brasileiro atual




Amanhã, dia 4 de maio, Ely Azeredo debaterá o cinema brasileiro na atualidade no CCBB do Rio de Janeiro às 18h30.

A palestra faz parte do projeto "Histórias do cinema em questão: as indústrias dos sonhos" que colocará em debate o cinema brasileiro e o americano e suas manifestações, como os westerns de Hollywood e as chanchadas da década de 30. O ciclo de debates começou em fevereiro e acontece quinzenalmente até junho.


Programação:


04 de Maio
O Cinema Brasileiro no século 21, com Ely Azeredo


18 de Maio
O cinema na história e a história no cinema, com Sérgio Tendler


01 de junho 
Os musicais do cinema: 90 anos de canto e dança, com João Máximo


Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 - Rio de Janeiro
Entrada Franca

domingo, 2 de maio de 2010

A volta da Filme Cultura




A revista Filme Cultura, uma referência de leitura sobre cinema no Brasil entre 1966 e 1988, volta a ser publicada em abril de 2010. O novo projeto Filme Cultura consiste, além da revista, no lançamento deste website e da coleção histórica em versões fac-símile e microfilmes, esta em convênio com a Biblioteca Nacional. Para viabilizar o projeto, foi feita uma parceria entre o CTAv e o Instituto Herbert Levy, com patrocínio da Petrobras através dos incentivos da Lei 8.313/91 (Lei Rouanet).

A publicação será trimestral e poderá ser adquirida em livrarias de referência. A lista de pontos de venda será constantemente atualizada no website. A revista também será distribuída gratuitamente a bibliotecas e instituições culturais de todo o país. A coleção histórica em fac-símile também estará à venda a partir de julho. A versão em microfilmes pode ser consultada na sessão de periódicos da Biblioteca Nacional.


Para comprar sua edição entre em contato com distribuicao@filmecultura.org.br, a revista também está sendo sendo vendida na Livraria Leonardo Da Vinci e na Blooks Livraria