sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Impressão de Realidade

"(...) O espectador, na verdade, não "assiste" ao filme: ele o vive com uma vivência próxima do sonho e numa tal intensidade que não raro ele próprio se surpreende gritando, "torcendo" ou transpirando de tensão. A essa vivência particular de um espectador "em situação regressiva, infantilizado, como se estivesse sob o efeito de uma neurose artificial" (Motin 1980, p. 90) se convencionou chamar de impressão de realidade. O termo, cunhado pelos teóricos do Instituto de Filmologia de Paris que, a partir de 1947, dedicaram-se ao estudo da subjetividade do espectador na sala de projeção, refere-se a confusão entre percepção e representação que, segundo Freud, caracteriza justamente o trabalho do sonho, uma vez suspensa a prova de realidade. (Arlindo Machado - Pré-cinemas & pós-cinemas)



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